quinta-feira, 14 de julho de 2011


Sim, vou escrever este texto em primeira pessoa, pois, por mais que tenha indícios em mim de geração X e algumas coisinhas dessa tal geração Z, sou, de fato e de direito, membro da geração Y! X, Y, Z… afinal, onde nós, jovens que há pouco entramos no mercado de trabalho, nos encontramos nessa sopa de letrinhas? O que queremos, quais são os nossos anseios, quais são os nossos valores? O que esperamos das empresas que nos contratam?
Nós, geração Y, crescemos com a auto-estima lá em cima. Mas ao mesmo tempo, crescemos com o peso e a responsabilidade por décadas e décadas de excessos cometidos por nossos irmãos mais velhos (geração X), nossos pais (baby boomers) e nossos avós (a geração deles tem nome?) Temos plena consciência de que é responsabilidade nossa mudar a forma de produzir, consumir e se relacionar. Caso contrário, não existirão gerações A1, B1 ou C1 para contar a história.
Uma pesquisa conduzida pela MTV e pelo Instituto Akatu no ano passado gerou um documento chamado Dossiê Universo Jovem 4. Dentre diversos assuntos, falou-se de sustentabilidade corporativa, desenvolvimento sustentável e consumo responsável. De acordo com o documento, aquecimento global, poluição, escassez de água e desigualdade social são alguns dos temas que mais preocupam os jovens brasileiros.
Comportamentos comuns até muito pouco tempo atrás, como lavar a calçada com água potável ou queimar as folhas caídas no chão, já não fazem o menor sentido para a nossa geração. Pelo contrário, nos incomoda. Segundo o Dossiê, 66% já repreenderam ou chamaram a atenção de alguém por jogar lixo na rua, gastar muita água, ou energia, além de 52% já terem plantado ao menos uma árvore.
Não aprendemos os valores inerentes ao desenvolvimento sustentável em casa, mas sim na escola, na mídia, na internet. Mesmo não sendo valores que nossos pais nos ensinaram, eles se refletem tanto na nossa vida pessoal, quanto na profissional e impactam ainda mais a forma como lidamos com o mundo corporativo. Se já somos exigentes por natureza, questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável entram no “bolo” para dificultar ainda mais a forma como as empresas se portam diante de uma geração que põe em xeque teorias administrativas até então intocáveis.
Empresas americanas de petróleo e gás, por exemplo, encontram dificuldades em recrutar os melhores talentos por conta de a atual geração ter uma imagem negativa dessa indústria. Segundo estudo da Accenture, 75% dos alunos de MBA das principais escolas dos Estados Unidos consideram receber salários de 10 a 20% inferiores para trabalharem em empresas responsáveis.
No Brasil ainda não há pesquisa que forneça dados concretos sobre a influência da sustentabilidade na escolha profissional do jovem, ainda mais com o alto índice de desemprego para os recém saídos dos bancos universitários. Mas mesmo com todos os percalços inerentes à nossa economia, faço a pergunta para quem, assim como eu, é dessa geração que vem tirando o sono dos RHs: você gostaria de trabalhar em uma empresa que nada faz para mitigar o seu impacto no meio ambiente, que não respeita o consumidor, ou as comunidades no entorno de suas instalações? Você teria satisfação de trabalhar em uma empresa que não mantém uma boa relação com os fornecedores ou não ouve o que os funcionários têm a dizer? Eu não.


Um comentário:

  1. as autoridades do Brasil nunca se tocam temos a maior floresta do mundo e eles nao estao nem ai agora fizerao ate uma lei que nao vai ser crime quem desmatou ate 2008 eu acho ah para neeh temos que lutar para isso mudar

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