quinta-feira, 14 de julho de 2011

Será que a próxima geração estará preocupada com o meio ambiente?



Vocês sabiam que, esta semana, se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente?
Essa data foi recomendada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, na abertura da Conferência de Estocolmo sobre meio ambiente, realizada em 1977.
No Brasil, por meio do Decreto Federal 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo estabeleceu que, nesse período, em todo o território nacional, fosse promovida a Semana Nacional do Meio Ambiente, que tem por finalidade apoiar a participação da comunidade nacional na preservação do patrimônio natural do país.
É claro que o objetivo é chamar a atenção e dar foco às questões ambientais, provocando uma maior conscientização sobre a preservação ambiental nos diversos países e diferentes culturas.

Além disso, pretende-se capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável e promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais.
Mas será que todos sabemos disso? Será que a geração Y está preocupada com essa questão? Ou é a tal da geração Z que vai dar importância a esse tema? Porque dizem que vem por aí uma tal de Geração Z, e essa sim vai estar preocupada com o meio ambiente.
Primeiro, acho que isso é uma projeção. Deveríamos nos preocupar com o meio ambiente e estamos deixando esse fardo pra uma geração que está surgindo ainda! Eles já nascem com um rótulo: a geração que vai cuidar do planeta de forma sustentável, porque nós não o fizemos. Então, fica instituído, por decreto, que esta tal da geração Z é responsável por esse assunto, como se pudéssemos fazer isso.
Então, por que não o fizemos e por que a geração Y não o faz?
Penso que não o fizemos porque havia – e ainda há – um capitalismo selvagem, atrelado a uma pequena conscientização sobre o tema!
Porém, com tantos desastres naturais, tsunamis, furacões, enchentes e secas, atrelados ao fato de que o mundo ficou plano e todos esses fenômenos têm repercussão internacional imediata, além de afetar diretamente os países envolvidos, o assunto tem circulado mais na mídia.
Um exemplo: por causa do terremoto no Japão, seguido do tsunami, em março deste ano, algumas fábricas de produtos japoneses foram afetadas e, conseqüentemente, suas filiais pelo mundo também sofreram danos. A Honda e a Toyota penaram com a falta de peças. Da mesma maneira, quando ocorreram as enchentes em Petrópolis e em Teresópolis, toda uma cadeia de distribuição de hortaliças foi interrompida em função do problema de plantio e colheita desses produtos, além das dificuldades da logística de distribuição.
A moral da história é que, cada vez mais, os desastres da natureza, causados em grande parte pela não-preservação do meio ambiente pelo homem, têm gerado estragos na nossa vida cotidiana e não somente em quem faz parte das comunidades afetadas. A situação da serra fluminense foi um desastre enorme. Estava muito perto da gente! Talvez o terremoto do Japão não estivesse, mas o deslizamento de terras no Estado do Rio de Janeiro foi noticiado, documentado e comentado pelo Brasil afora.
E cadê a geração Y que é tão conectada, que não inclui isso nos seus posts, no seu Twitter, no seu Facebook? É claro que falo de uma maioria, pois há movimentos seriíssimos de preservação e recuperação ambiental. Há gente séria de todas as gerações envolvidas com esse tema. Mas, se eu quiser falar de uma realidade de Brasil, há pouca gente envolvida com a preservação ambiental. E, em todos os estudos que realizei ou li sobre a geração Y, eles não escolheriam entrar numa empresa como primeira opção porque ela teria uma consciência e um trabalho sobre o meio ambiente. Escolheriam pela possibilidade de desenvolvimento e crescimento, mais ainda do que pelo salário, mas não pela questão ambiental.
Por quê? Porque a geração Y ainda está muito envolvida consigo mesma. Ela é – em termos sempre comparativos a outras gerações – mais egoísta, mais narcisista, mais voltada para si própria.
Definir uma geração, para mim, não é uma questão de terem sido transcorridos 10 ou 20 anos. É mais complexo que isso. É perceber-se que o modelo mental mudou. Eu poderei dizer que outra geração entrou no mercado de trabalho, após os anos de adolescência, quando a maneira deles pensarem for diferente da maneira como esta geração pensa. Senão, não dá para falar em “nova geração”. Não dá para falar em outra geração se o que tiver mudado for só a tecnologia, e o modelo mental continuar sendo exatamente o mesmo.
Para isso, se definem gerações: para diferenciar umas das outras.
Então, eu acho estranho pensar em uma geração Z, ou em qualquer outro nome que queiram atribuir, sem definição de um novo modelo mental, diferente do que a gente define hoje como geração Y. Não se dá nome para uma coisa que ainda não existe, simplesmente para atender a uma pergunta ansiosa nossa – “Como será a próxima geração?”
Eu diria que, sim, talvez venha uma nova geração, que pode ter mais consciência em relação à questões do meio ambiente.
Se as questões sócio-ambientais interferirem diretamente na nossa cadeia de alimentação ou de consumo de itens mais importantes, quer seja na alimentação ou na logística de distribuição, é possível que essa importância dê uma acelerada.
Por uma questão de sobrevivência, pode ser mesmo que a próxima geração se implique mais na preservação e recuperação do ambiente.
Temos que ver como isso vai se dar na realidade brasileira, sem pegar estereótipos europeus ou americanos. Sem trazer para a nossa realidade uma situação importada, querendo fazer caber aqui uma história que não é nossa. Temos que estudar essas novas gerações inseridas na realidade brasileira.
Aí, pode ser que todos venhamos a saber que existe o Dia do Meio Ambiente. Que estejamos não só mais conscientes, e sim mais atuantes em relação a tudo o que nos circunda.



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